Fascina-me a lenda dessa amazona campónia, "a cavalo, sem cair" "as pistolas na mão para matar os Cabrais / que são falsos à nação". Recordo ainda hoje os versos que minha avó recitava ao serão, imaginando-a como uma das revolucionárias da República, que viriam a ser personagens de Entre Cós e Alpedriz:
A Maria da Fonte não é uma mulher como as mais
Usa facas e pistolas para matar os Cabrais!
Dessa revolução anárquica, cavalgada tanto pela extrema-direita miguelista como pela extrema-esquerda setembrista, nasceu a guerra civil da Patuleia, que durante oito meses devastou o país, mostrando do que é capaz este povo pacato, ordeiro, quando não aguenta mais. E o hino que imortalizou essa mulher do Minho, aqui numa interpretação maravilhosa de Vitorino, agrada-me mais que a marcha sebastianista adoptada pela República como hino nacional:
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