Numa destas noites passeava com a minha mulher quando, junto de uma vivenda, deparámos com quatro cães deitados no passeio. Mudámos para a estrada para não incomodar suas excelências. Ao passarmos, uma cadela pôs-se a ladrar histérica e logo a matilha se levantou contra nós. Não tenho ainda o bom costume cristão de oferecer a outra face em caso de ataque e presenteei a cadela que se me atirava às canelas com dois pontapés que, infelizmente, não fizeram estragos porque ela saltou para trás. Recuei ameaçando a canzoada com o telemóvel, na falta de pedras à mão, e, já algo afastado, vejo chegar senhora furiosa, vinda do escuro do outro lado da rua, com brusquidão abre o portão e leva a rafeiragem para dentro enquanto vocifera, alto e bom som, fingindo dirigir-se à cadela: -- Pois, tu não gostas de certas pessoas...
Ainda fiz tenção de voltar atrás para explicar à senhora que as pessoas, certas pessoas, têm todo o direito de passear livremente na via pública sem serem atacadas, ao contrário dos cães, que a lei obriga a trela e açaimo. Que o comportamento canino, como aliás, o dos humanos, muda consoante estejam sós ou em matilha. Que não gosto de ser atacado. Que já por diversas vezes fui mordido por cães "que nunca mordem a ninguém", pelo que... Mas a senhora desaparecera na escuridão do quintal e só me resta desabafar aqui, lembrando aos amigos e donos dos cães, entre os quais me incluo, que somos nós os responsáveis pelo seu comportamento e não certas pessoas de quem eles podem não gostar...
1 comentário:
Explicação muіto bοa sobrе bh. bom trabalho.
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