Quase nada percebo de finanças. Apenas o suficiente para saber que é impossível continuar a mendigar empréstimos a juros altíssimos para pagar outros empréstimos e os encargos absurdos do Estado. Uma coisa são os serviços prestados aos cidadãos, na saúde, na educação, na justiça, nos transportes públicos, etc. (e podem todos eles ser seguramente embaratecidos e com aumento de qualidade), outra é o esbanjamento e a pouca vergonha a que assistimos numa política de dois pesos e de duas medidas que premeia o compadrio, a corrupção, as obras megalómanas e inúteis, mas persegue impiedosamente a classe média baixa, que não tem como fugir aos cortes e aos impostos. Por isso, e consciente da minha insignificância e ignorância, tenho defendido junto das escassas dezenas de leitores deste blogue, na sua maior parte familiares e amigos, uma mudança de rumo. Tenho perfeita consciência de que serei um dos sacrificados; mas já estou habituado e talvez consiga sobreviver também a esta crise. Sei bem que há muita gente, muito mais qualificada, que se lesse as minhas propostas as ridicularizaria -- mas foram muitos desses técnicos tão competentes que nos conduziram à situação actual, não eu e as minhas ideias.Ora apraz-me verificar que começam a surgir posts que defendem exactamente a necessidade de mudar de rumo, assumindo uma situação de default (suponho que seja bancarrota encapotada). Como este, de Ricardo Vicente, no Albergue Espanhol. Leiam-no e digam-me se a argumentação do autor não faz sentido. Porque a manutenção do actual statu quo já não tem pernas (ou euros) para se aguentar.
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