Gente importante não limpa o cu a nenhum telho (o dito é anterior ao papel higiénico, mas continua apropriado). Gente importante fala na primeira pessoa: eu fiz a revolução ou eu não fazia hoje a revolução. Gente importante só aceita ser presidente. Gente importante julga-se importante. Só não sabe, porque, lá diz o Principezinho, para os vaidosos todos os homens são admiradores, que nós, as enguias deste país, nos cagamos para eles e para a sua prosápia. Que, na nossa incultura, na nossa ingratidão, até citamos Napoleão, o tal que dizia a Talleirand: "Vous n'êtes que de la merde dans un bas de soie." Isso mesmo: merda numa meia de seda, mesmo que hoje se não usem meias de seda, como se não usam os telhos para limpar a merda que lhes sai das bocas, quando as abrem. (Ah, se ainda servisse para adubar os nossos campos incultos...)
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