Os nossos antepassados chegaram à Índia, deram a volta ao Mundo a beber água podre e fedorenta. Muitos portugueses só depois do 25 de Abril conheceram a alegria de ter água potável em casa. Saímos do malsão terceiro mundo, pensava eu. Venho agora a saber que os aristocratas que nos representam no Parlamento têm tanta aversão à água da torneira como eu ao vinho de uva Morangueira. Coitadinhos, deve fazer-lhes azia. Valha-lhes São Isaltino!
Não é apenas uma questão de custos, é de atitude. Mal começam a alimentar-se do contribuinte, ei-los transmudados em primas-donas, num novo-riquismo que prospera às nossas custas. Que alguém lhes diga que a água é H2O. Que alguém lhes diga que, se a querem engarrafada, a paguem. Ou que a bebam directamente das torneiras, como eu faço. Que há coisas mais importantes do que finezas, mordomias, mariquices:
Não invejo quem tem
carros, parelhas e montes
Só invejo quem bebe
A água em todas as fontes.
FOTO: fonte dos Montes, terra que foi de "muito vinho, poucas fontes".
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