Quem é melhor escritor? Aquele que publica regularmente e vende em barda, é célebre, conhece a glória, ou o pobre diabo que escreve discretamente ao longo da vida e talvez até deixe obra-prima inédita, a publicar a título póstumo? O autor fácil, o difícil, o popular? Aquele que é fotogénico, bem falante, irreverente, fazedor de escândalos que animam os palcos mediáticos, ou o que foge da luz como o diabo da cruz? Questões ociosas, que escapam a respostas cabais. Porque dependerão sempre da subjectividade de quem responde. E porque ocioso estou eu, por força de gripe e do adiantado da hora, lembrei-me do Barthes:
l'écrivain est un homme qui absorbe radicalement le pourquoi du monde dans un comment écrire.
Traduzo, que já la vai o tempo em que todos os portugueses, excepto os emigrantes, falavam Francês, como disse Herbert Pagani numa entrevista:
o escritor é um homem que absorve radicalmente o porquê do mundo num como escrever
Tudo o resto, sucesso, vendas, prémios, formas, géneros, temas, etc., é secundário. O que importa, para Barthes, para mim, é ser capaz de absorver os dramas da existência, o mistério da vida, e plasmar tudo isso num como escrever, como farão, em suportes diferentes, os pintores, os músicos, os escultores...
2 comentários:
Olá, muito interessante, graças jose-catarino.blogspot.com
Muito obrigado. Vá dando novas.
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