Aprecio sobremaneira os filmes de Akira Kurosawa. Em Kagemusha, a sombra do guerreiro, um condenado à morte é forçado a tornar-se no sósia de um senhor feudal com quem apresenta parecenças espantosas. E, quando o senhor morre, para evitar o caos, o duplo assume a identidade dele com tal perfeição que, para assombro dos poucos que sabem do ardil, pensa, fala, age como o senhor, impressionando-os ao ponto de o julgarem possuído pelo espírito do defunto.
De forma genial, Kurosawa mostra-nos um homem a perder a sua identidade e a assumir a de outro, a transformar-se paulatinamente nele, para, desmascarado, acabar expulso do castelo sob o olhar triste do "neto".
Saliento ainda a reconstituição do ambiente feudal japonês, o realismo dos guerreiros samurai e dos espiões ninja e a extraordinária lição da arte da guerra que a sombra do senhor dá ao "seu" neto quando lhe explica o lema do estandarte:
Saliento ainda a reconstituição do ambiente feudal japonês, o realismo dos guerreiros samurai e dos espiões ninja e a extraordinária lição da arte da guerra que a sombra do senhor dá ao "seu" neto quando lhe explica o lema do estandarte:
"Veloz como o vento, silencioso como a floresta, devastador como o fogo, imóvel como a montanha".
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