Numa pausa do duro trabalho da terra, vi no telejornal os homens (?) da luta (?) por terras germânicas nas suas palhaçadas rotineiras. Têm fortes hipóteses de conseguir um bom resultado, até de ganhar, como vi suceder a outro folião numa votação ocorrida durante a "Primavera Marcelista":
Uma artista da rádio, cujo nome esqueci há muito, fez espectáculo na associação da minha aldeia e, para nele envolver o povo, organizou um "festival da canção": ganharia quem tivesse mais aplausos. Os moços de então acorreram ao palco, Beatles para os estudantes, fado e folclore para os menos versados no Inglês. Aproximava-se a competição do final sem que a força das palmas anunciasse vencedor inequívoco, quando o Tio António V., a cair de bêbedo, cambaleou até ao palco, travado pela mulher: -- Homem, tu tem juízo, não me envergonhes mais!
E ele: -- Deixa-me, que vou mostrar a esta rapaziada como é que se canta.
O povo e a artista pressentiram o manancial de risota que se aproximava: -- O que é que vossemecê vem cantar?
E ele, tentando segurar-se de pé, tartamudeou borracho -- Eu venho cantar a canção do vinho branco.
Microfone na mão, a canção lá saiu, arrastada, aos tombos, mais gritada que cantada:
Ai vinho branco
Que te adoro tanto
A toda a hora
Bebo um casco inteiro
Sem deitar nada fora...
Os aplausos, os gritos, os risos -- foram ensurdecedores. Ganhou, sem margem para dúvidas.
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