Tenho memória. Lembro-me bem de teorias segundo as quais era imperativo retirar gente, muita gente da agricultura, porque nos países europeus que nos serviam de modelo a percentagem de população agrícola era muito inferior à nossa. Lembro-me bem dos subsídios para arrancar pomares e vinhas, dessa estranha forma de vida em que alguns prosperaram, plantando com subsídios para arrancar com outros subsídios um ou dois anos depois. Lembro-me dos subsídios para não produzir, ou apenas para alimentar as abetardas. Lembro-me das multas recentes, bem pesadas, para quem recuse arrancar as vinhas plantadas, salvo erro, depois de 2001...
Se alguém tem problemas de memória é seguramente o professor Cavaco Silva. Já se tinha esquecido do que fez pela destruição da nossa frota pesqueira quando veio apontar-nos o mar e os seus recursos como jangada salvadora. Hoje quer aumento da produção agrícola. Um reconhecimento público das asneiras das suas políticas governativas está, suponho, fora de questão. Porque em Portugal nunca ninguém tem culpa de nada. É o destino.
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