O mínimo que o cidadão pode esperar das suas forças de segurança é que saibam manusear as armas que lhes são distribuídas, o que pressupõe, antes de mais, o saberem que as armas matam e, portanto, em circunstância alguma podem ser descurados os procedimentos de segurança. No meu tempo de recruta, apesar de não termos balas nas G3, bastava o cano apontar na direcção de um camarada para ouvirmos o furriel ou o alferes:
--- Já no chão, a encher!
É que a cabeça é algo burra, aprende-se melhor com o corpo. E o corpo aprendia que os "acidentes" ocorrem sempre com armas descarregadas ou em circunstâncias não intencionais -- matéria para outro post, logo à noite.
Por tudo isto, tantos anos passados, continuo sem compreender como é que numa esquadra de polícia um agente, demais a mais superior hierárquico, atinge acidental e mortalmente um camarada. Não conheço as pistolas Clock (creio que é assim que se escreve). Presumo que sejam mais seguras que as antigas Walter, sempre fiáveis. Alguém de bom senso me consegue explicar:
- Como é que a arma tinha bala na câmara e porquê?
- Como é que a patilha de segurança estava destravada e porquê?
- Como é que o dedo apertou o gatilho e porquê?
- Como é que no meio de tanto acontecimento fortuito e improvável a bala foi logo alojar-se no ventre do camarada que tinha acabado de entrar?
Azares do caraças. Excessivos para a minha compreensão, sempre limitada.
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