Meti na cabeça, problema meu, que por melhor que escreva, por melhores que sejam os meus romances e contos, não conseguirei captar o interesse dos editores. É que, como diz o povo, mais vale nascer engraçado do que ser engraçado. E, se dúvidas tivesse, posts como este, da editora Maria do Rosário Pedreira, dissipá-las-iam:
Com o valter hugo mãe, sinto, por exemplo, uma espécie de parentesco, como se ele fosse um irmão mais novo que me orgulhava de levar às festas porque fazia sempre brilharetes de encher o coração pelo lado da beleza. Alguns saberão que o valter me fez uma declaração de amor (enfim, à minha poesia) num 14 de Fevereiro de há três anos, (...)
Não é enternecedor? Não me interessa que seja o valter hugo mãe, que até escreve coisas interessantes. O que me interessa é a atitude. Ora eu não sei dançar, detesto bailes, nunca cultivei a lisonja, não nasci capaz de fazer em festas "brilharetes de encher o coração pelo lado da beleza" -- estou feito, não é assim?
Resta-me o consolo de escrever para aqueles leitores capazes de se darem ao trabalho de me lerem e, eventualmente, de apreciarem não a minha pessoa, mas a minha escrita. Como, por exemplo, aquele que ao terminar a leitura de Entre Cós e Alpedriz, contou-me a mulher dele, meneou a cabeça em sinal de aprovação e comentou: -- O filha da puta escreve bem!
Sem comentários:
Enviar um comentário