John Galliano, estilista italiano da casa Dior, foi despedido por anti-semitismo e vai ser julgado, arriscando-se a ser condenado a uns meses de prisão. Não é meu costume meter-me nestes assuntos, sempre duvidosos, e não tenho a menor simpatia por quem, em público, ofende os outros, as suas origens, a sua religião, a sua sexualidade. Eu próprio descendo de Silvas, plantas daninhas, e de Catarinos, feijões humildes, apelidos que denotam remotas origens cristão-novas -- e ruim como sou corre-me nas veias, quase de certeza, sangue semita. Mas acontece que vi, uma vez após outra, que as televisões passam os escândalos até ao vómito, o filme que os ofendidos fizeram e puseram a circular.
O que vi então? Uma criatura avelhentada, avinagrada, apinocada, a desejar que os antepassados dos ofendidos tivessem sido exterminados. A suspirar por Hitler e pelo seu Reich, não tanto por convicção, parece-me, mas por impotência face a eventual provocação anterior. Nazismo? Anti-semitismo? Duvido muito. As câmaras de gás não se encheram apenas com judeus. Também estilistas como este, mais ou menos estilosos, amaneirados, aperaltados, lá foram gaseados. Inclino-me mais para provocação dos jovens e resposta inadequada, inconveniente, a traduzir a impotência do pobre estilista, Rei (agora deposto) na Dior, criatura desprezível e insignificante na brasserie.
Criatura que caiu em desgraça porque é mediática. Não duvido de que se o estilista fosse taxista, magarefe, professor, não importa o quê desde que cidadão anónimo, a cena não iria muito além da troca mútua de insultos, acompanhados talvez de safanões e de sopapos.
O que vi então? Uma criatura avelhentada, avinagrada, apinocada, a desejar que os antepassados dos ofendidos tivessem sido exterminados. A suspirar por Hitler e pelo seu Reich, não tanto por convicção, parece-me, mas por impotência face a eventual provocação anterior. Nazismo? Anti-semitismo? Duvido muito. As câmaras de gás não se encheram apenas com judeus. Também estilistas como este, mais ou menos estilosos, amaneirados, aperaltados, lá foram gaseados. Inclino-me mais para provocação dos jovens e resposta inadequada, inconveniente, a traduzir a impotência do pobre estilista, Rei (agora deposto) na Dior, criatura desprezível e insignificante na brasserie.
Criatura que caiu em desgraça porque é mediática. Não duvido de que se o estilista fosse taxista, magarefe, professor, não importa o quê desde que cidadão anónimo, a cena não iria muito além da troca mútua de insultos, acompanhados talvez de safanões e de sopapos.
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